quinta-feira, 16 de março de 2017

Entrevista com a banda Kbrunco



   Para quem é de Ribeira do Pombal e tem lá seus trinta e poucos anos tem no imaginário como uma das principais bandas do cenário independente do interior da Bahia a Kbrunco. Ainda em fita cassete o som da banda de Serrinha se proliferou e era presença certa na roda de violão da Praça Getúlio Vargas num tempo não muito distante. A banda deu um tempo e agora retorna com tudo. Aproveitando a vinda do grupo a R. do Pombal batemos um papo com Cristiano, baterista e um dos fundadores do grupo. 

Kbrunco

  Eventual:   A banda Kbrunco passou por um período de hibernação, foram vários verões e invernos. Por quanto tempo vocês ficaram inativos e quais os motivos que viabilizaram este retorno? Quem são os integrantes e as influências musicais, atualmente?

Cristiano: Pois é, foram 10 anos longe dos palcos, porém muito próximos da ideia de voltar, pois a banda sempre foi uma grande paixão nossa e as músicas compostas desde 1993 sempre ecoaram dentro da gente. Tanto eu Cristiano (Bateria), quanto Nido (Vocal) que somos da formação original sempre tivemos isso dentro de nós e agora temos um reforço de Léo (Guitarra) e Willix (Baixo) que na verdade cresceram vendo a Kbrunco tocar nos shows e são grandes fãs da banda, o que tem sido muito bacana no nosso retorno, um encontro de gerações dentro da própria banda. Sobre as influências nunca nos limitamos muito, nunca nos prendemos a estilos, mas que não podemos negar RDP, Garotos Podres, Titas, Sepultura, Ulo Selvagem e claro Malaco Véio.

    E: A banda participou em fevereiro do festival Palco do Rock, em Salvador, evento de ampla visibilidade no Estado. Já existem uma agenda de shows da banda. Então, como será a projeção deste retorno da Kbrunco à cena?

C: Tem sido algo mágico nosso retorno. Nosso primeiro show da “re-volta” foi no Dia Municipal do Rock em Serrinha (em praça pública) em 30 de Julho de 2016, depois fizemos o Boicote Rock Festival em Novembro, participamos de uma intervenção cultural no Beco do Urubu em Serrinha ao lado do TEST, renomada banda grind de São Paulo ambos shows em nossa cidade e o Palco do Rock foi nosso primeiro show fora de Serrinha desde que retornamos e o primeiro dessa nova formação, e logo no maior festival do Estado, o que foi muito gratificante pra nós. Foi como se estivéssemos alí pela primeira vez, mas na verdade já seria nossa terceira participação desse evento, já que havíamos tocado também em 2001 e 2006 e sempre fomos muito bem recebidos pelo público. E tem muita coisa bacana ainda por vir nos próximos meses. Estamos na estrada novamente....

 E: Ribeira do Pombal tem uma relação muito estreita com Serrinha. A sua cidade foi importante para as bandas locais, marcou a estreia da Malaco Véio em festivais de rock, bem como, para a galera de Pombal realizar o intercâmbio cultural e social. Assim, como a Kbrunco, junto com os Tenebrosos, participaram do primeiro festival de rock de R. do Pombal, em 2001, e posteriormente outras bandas       serrinhenses estiveram em Pombal, como a Cladóceros e Mutukore.  Após 16 anos a Kbrunco retornará a Pombal, uma geração passou e outras foram formadas. Então, o que a galera poderá esperar deste retorno da banda a cidade, no dia 18 de março, no evento Rock na Praça, organizado pela Malaco Véio?

C: Realmente Serrinha e Pombal são muito próximas com nossa relação com o Rock. Já trouxemos a Malaco pra vários festivais em Serrinha e nossa vontade de retornar a Pombal era enorme e agora 16 anos depois voltar vai ser algo surreal pra nós. Estamos felizes demais pois tocaremos ao lado de duas bandas que respeitamos muito que é a Malaco Véio e os novos amigos pombalenses da Rato Preto. O barulho vai ser louco, disso temos certeza!

E: O que levou você a parar de fazer eventos por um longo período e o que o fez retornar às atividades? Neste hiato, o que mudou na cena cultural rock da região, quais características potencialmente a ser exploradas e o que ainda falta ser melhoradas?

C: Particularmente comecei a produzir shows em 1993 com o surgimento da Charcot (banda de Heavy Metal também de Serrinha na qual eu tocava) e logo em seguida em 1994 com o nascimento da Kbrunco me fez abrir minha mente pra outros estilos musicais, novas influencias e tocando em duas bandas havia uma necessidade de tocar, mostrar o que tínhamos de legal na garagem pra as outras pessoas. Tanto que nossos ensaios eram bem loucos, com 40, 50 pessoas aprendendo junto conosco nossas próprias músicas. Na verdade parei durante 1 único ano de produzir, eu não aguentei muito ficar parado... mas em compensação teve anos como 2004 de fazermos 11 shows em Serrinha trazendo bandas de todos cantos do país e até de fora. Apesar das dificuldades temos muito o que crescer em termos regionais. A cultura do ROCK é forte no interior, pequena, porém forte e o que mantém o cenário forte são as bandas locais. A cidade que não tem banda dificilmente conseguirá entrar na rota de shows, pois são as bandas quem mantem viva a paixão pelo estilo e influencia gerações. Tem sido assim com Serrinha e creio que com pombal também.


 E: O Museu do Rock é um projeto inédito, acredito eu, até a nível estadual. Qual é a proposta deste projeto? Existe uma sede fixa, como funciona, e como os interessados poderão contribuir?

C: O Museu do Rock em Serrinha não foi uma coisa pensada. Simplesmente bateu a ideia e iniciei. Como eu sempre guardava cartazes de shows, flys, camisas, fitas cassete, vinis, banners e tudo mais relacionados aos shows locais e também dos que tocávamos nas outras cidades. Daí simplesmente resolvi digitalizar e postar no facebook pra as pessoas tivessem acesso a essas informações e com isso surgiu a ideia do Museu propriamente dito, físico, onde as pessoas possam ir visitar. Atualmente estamos com uma loja na Galeria Freitas em Serrinha, que é nossa sede física por enquanto, mas nossa ideia é levar o Museu pra os futuros shows e festivais, torna-lo itinerante e futuramente batalhar e ter um apoio da Secretaria de Cultura local pra ter uma sede permanente pra esse nosso acervo, é uma questão de tempo.

Atualmente estamos emoldurando quadros dos cartazes e quem quiser contribuir e “adotar” um quadro basta entrar em contato conosco, ainda temos cerca de 60 quadros pra fazer, é muita recordação. Quem adota o quadro recebe um certificado de colaboração do Museu e assim entra pra histórica junto conosco preservando parte importante do nosso acervo cultural para as próximas gerações.

E:   Você é muito ativo na cena cultural de Serrinha, produz os festivais Boicote Rock e o Sisal Rock, trouxe o Kiko Loureiro Trio, o workshow com o guitarrista Marty Friedman, ex-Megadeth, é responsável pelo Museu do Rock, resgatou e participa do Coletivo Beco do Urubu. Tornando, a cidade de Serrinha uma referência para a cena rock no interior da Bahia. Portanto, quais conselhos daria para a galera que está iniciando uma banda, queira produzir shows ou movimentar a cena de qualquer forma?

C: Nos últimos 23 anos foram muitas produções, de vários níveis, desde a Peste Bubônica (primeira banda de fora que trouxemos pra Serrinha) em 1993 até a grande Dr Sin que fizemos em 2016 foram muitos acertos e alguns erros. Kiko Loureuro e Marty Friedman sem dúvida foram de grande importância e visibilidade, mas o mais importante é o fato de tratarmos a todos os artistas com o mesmo respeito.Minha dica pra os que estão chegando agora é que acreditem nos seus sonhos. Formem bandas, fomentem a cultura do rock cada vez mais, provoquem a sociedade através do barulho da música pesada. Particularmente acredito no poder da transformação da sociedade através da cultura. Seja ela tradicional ou algo novo. O Rock se torna tradição através da atitude dos poucos que encaram e botam o pé na estrada. Serrinha e Pombal estão no caminho certo assim como várias outras cidades do interior da Bahia e do Brasil. Mas as dificuldades são extremas e só conseguimos algo se formos persistentes. Nossas cidades são referência pois partilhamos das mesmas iniciativas.

  E: Obrigado Cristiano, saudações, vida longa ao Kbrunco e sejam bem-vindos novamente. 

C: Nos que agradecemos. Sabemos que vamos nos divertir muito nesse nosso reencontro com a turma de Pombal nesse fim de semana, temos noção que alguns amigos que estavam em nosso primeiro show de 2001 estarão lá e isso é demais pra nós, assim como vai ser legal conhecer novos amigos. Estamos ansiosos e felizes em participar de um evento que tem seu diferencial por ser beneficente. Tem coisas que só o ROCK proporciona. Por essas e outras que achamos que vale a pena fazer rock e por isso voltamos a estrada, como diz nossa música “somos jovens atrás de diversão”.

Entrevista: Décio Filho e Danilo Cruz.
Texto: Danilo Cruz.

@eventualrock 

sábado, 11 de março de 2017

Festival Cultural Agroecológico Rasga-mortalha

Dia 18 de Março de 2017 em Delmiro Gouveia, Alagoas...




O Festival Cultural Agroecológico Rasga-mortalha é um evento beneficente - sem fins lucrativos - que tem como objetivo promover música e consciência ambiental através de apresentações culturais de bandas independentes de diversos gêneros musicais e debates sobre recuperação e preservação do bioma caatinga. Bioma esse exclusivamente brasileiro. Situado no nordeste do Brasil, a caatinga (mata branca) vem sofrendo constante perda de sua vegetação original devido, principalmente, ao desmatamento para a criação de pastos para pecuária. Diante desses eventos, torna-se necessário a realização de debates para conscientização do público presente sobre a preservação desse bioma.

Para participação do festival será requerido, além do valor simbólico de R$ 10,00 para custeio das bandas e demais eventualidades, 1kg (um quilo) de alimento não perecível, cujo montante arrecadado será doado à ocupação das 369 casas, localizada no Bairro Craibeirinhas.

ATRAÇÕES CONFIRMADAS:

*CLASSE SUBURBANA (show de reunião dessa clássica banda punk local)
*AUTOCULTIVO (reggae)
*SEXO ON THE GRUTA (surf music)
*ATAQUE CARDIACO (anti-rock)
*MISANTROPIA (hardcore)
*PEDRO SALVADOR (rock psicodélico)
*RÄIVÄ (crustcore)
*PUTREFAÇÃO HUMANA (noisegrind)
*OLHO POR OLHO (noisecore, hc)
*O CISCO (rock'n'roll)
*O VENTO AZUL DO SOM (psicodelia)


+Roda de conversa sobre preservação da caatinga e agroflorestamento.
+Área para camping.
+Stands de material independente: lps, cds, camisetas, livros, zines.
+Venda de bebida e comida.

O woodstock da caatinga!

O Sítio Flora Luiza fica localizado no povoado Angico (próximo ao distrito Lagoinha).

Delmiro Gouveia - AL

Patrocínio:
Nininho Tattoo
Não-vida Discos
Purgatorius records
Rapadura Discos